HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 25
LITERATURA INGLESA
Fim da idade média
As novelas medievais inglesas estão unidas no mais popular ciclo anglo-francês: as lendas do Rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda. A ele pertence a novela do século catorze escrita por autor anônimo em dialeto West Midland “Sir Gawain e o Cavaleiro Verde”. Sir Gawain é composto também em versos aliterativos e apresenta grande perfeição de narrativa e de estrutura. A esta literatura épica pertencem igualmente os grandes temas comuns a toda a Europa, colocando ao lado do ciclo arturiano o ciclo de Carlos Magno. No fim do século XIV surgiram baladas de inspiração idêntica e que celebravam as aventuras de Robin Hood. No início do século seguinte um poeta ambulante desconhecido reúne diferentes episódios deste mito que lentamente se desenvolvera e forma um todo coerente – “Façanhas de Robin Hood” – sintetizador dos ideais, da fé, da cólera e da esperança de todo um povo. Autêntica criação coletiva, será durante um século retomada e enriquecida em aspectos fundamentais como o da inclusão de uma companheira de Robin para desenvolvimento de tema amoroso. Todos os mitos populares em que se projetam a crença no bem, no belo e no nobre estão resumidos nesta obra.
A grande figura inicial da literatura inglesa é, inegavelmente, Geoffrey Chaucer (1340-1400). Tradicionalmente qualificado de “Pai da literatura inglesa”, destaca-se por suas obras famosas “Troilus e Cressida” e “Contos de Canterbury”. Chaucer foi artista exímio no domínio das formas poéticas francesas e arguto observador do mundo em que vivia, bem como conhecedor profundo dos seres humanos aos quais contemplava com amigável e compreensivo sentimento. Esteve em proveitoso contato com Dante e com líricos franceses e italianos. Tendo traduzido obras para o inglês – como o Romance da Rosa, por exemplo – exerceu profunda influência sobre a língua ainda em processo de fixação.
Também John Wycliff (1320-1395) exerceu influência sobre a posterior fixação da língua inglesa ao traduzir a Bíblia. A versão de Wycliff foi terminada e completada por Hereford e Purcey. Este trabalho literário e religioso serviu de base para a versão definitiva da Bíblia inglesa.
Pouco antes da era elizabeteana, surgem dois importantes poetas líricos: Thomas Wyatt e Henry Howard, o Conde de Surrey (1503-1542: 1517-1547). Ambos sofreram influência imensa do lirismo petrarquiano e ambos utilizam afetadamente uma técnica muitíssimo desenvolvida.
Época elizabeteana (1560-1610)
O imenso desenvolvimento literário inglês que acompanha, com ligeiro atraso, a aceleração súbita do desenvolvimento interno e a extraordinária afirmação do poderio da época elizabeteana, demonstra a elevação cultural como resultante de lento processo natural de acumulação. Elizabeth, ao proporcionar a ampliação do ritmo de vida em todos os domínios e a consequente tomada de consciência do povo, coloca as bases sócio-econômicas para a riqueza literária subsequente.
A primeira antologia inglesa – Miscellany, escrita por Tottel em 1557 – é publicada um ano antes da ascensão de Elizabeth. As grandes obras clássicas e renascentistas são traduzidas ou adaptadas à linguagem poética e, desta multiplicidade, saem as formas inglesas que introduzirão autores do mundo literário extra-britânico como reais influências na literatura de alto nível e significação.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 66/68.
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