quarta-feira, 7 de junho de 2017

Grandes vultos: Castro Alves - Parte 06.





GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
CASTRO ALVES – PARTE 06.
Castro Alves, quase um século depois de sua morte, é ainda o maior poeta social do Brasil e um de seus grandes líricos. Sua obra – morreu muito moço, com 24 anos – é por vezes imatura, mas sua imaginação, sua força verbal, seu colorido, dão-lhe posição de relevo em nossa poesia. Muitas de suas aspirações, como a libertação dos escravos, a proclamação da República, a difusão do ensino – estão hoje realizadas; outras são ainda um horizonte inatingido, como o domínio da fraternidade e da paz universal.
Filhos do novo Mundo! Ergamos nós um grito
Que abafe dos canhões o horríssono rugir,
Em frente do oceano! Em frente do infinito!
Em nome do progresso! Em nome do porvir!
Não deixemos, Hebreus, que a destruição dos tiranos
Manche a Arca ideal das nossas ilusões.
A herança de suor vertido em dois mil anos
Há de intacta chegar às novas gerações!
Nós, que somos a raça eleita do futuro,
O filho que o Senhor amou qual Benjamim,
Que faremos de nós… se é tudo falso, impuro,
Se é mentira – o progresso! E o erro não tem fim?
Não! Clamemos bem alto à Europa, ao globo inteiro
Gritemos – Liberdade – em face da opressão!
Ao tirano dizei: – Tu és um carniceiro!
És o crime de bronze! – escreva no canhão!
Falemos de justiça – em frente a mortandade
Falemos do direito – ao gládio que reluz!
Se eles dizem – rancor, dizei – fraternidade!
Se erguem a meia-lua, ergamos nós a cruz!
Um dos formadores da nacionalidade, na configuração atual de suas instituições político-sociais; voz poderosa numa geração de brilhantes literatos, tribunos e juristas, eis como a pregação de Castro Alves transcende de seu tempo e de seu meio, para tornar-se atual e resplendecer como um facho diante da consciência do mundo que não pode conflagrar-se – mas ainda fala em guerra, atávica ou sonambulicamente.
PÉRICLES EUGÊNIO DA SILVA RAMOS

Um comentário:

Mariazita disse...

Olá, Furtado
Confesso, com bastante tristeza, que conheço muito pouco de Castro Alves.
No entanto, do pouco que li dele, gostei imenso.
Está na altura de aprofundar o meu conhecimento... para além da excelente informação por ti prestada.

PS – Obrigada pela presença e palavras tão gentis na minha CASA

Bom Fim-de-semana
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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