quarta-feira, 19 de julho de 2017

Grandes vultos: Floriano Peixoto - Parte 06.

     
Esquadra de Papelão


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

FLORIANO PEIXOTO – PARTE 06

Floriano calmo. Institui imediatamente Salvador de Mendonça, ministro do Brasil em Washington, a fim de que traduza aquele manifesto para a turma do State Department. Trata-se de uma revolução monarquista e os Estados Unidos não deveria apoiá-la, como a estavam apoiando, sob a cor de neutralidade. Salvador de Mendonça age e o State Department muda definitivamente de atitude: passa a uma posição estritamente neutra.

A estratégia de Floriano era simples: cercar a esquadra e não deixar os federalistas do Rio Grande do Sul transpor Itararé.

Para isso conta no Rio Grande com gente braba que não topa o Gumercindo Saraiva e peleja por esporte. Uma gauchada temível.

Moreira César anda pelo Paraná praticando diabruras. Louco furioso. Mas que pode Floriano fazer? Chegam-lhe voluntários do Norte e das escolas do Rio. Ele arma-os. Manda comprar no exterior uma esquadra para dar combate à de Saldanha da Gama e Custódio José de Melo. O princípio de autoridade deve manter-se.

– Esquadra de papelão! – bradam os custodistas. Vai ser metida a pique pelo Saldanha! Ah, ah, ah!

No dia 13 de março o Almirante Jerônimo Francisco Gonçalves, a frente da “esquadra de papelão”, manda içar a sua insígnia a bordo da nau que comanda e apresta-se para dar combate a Saldanha e a Custódio. Ambos o evitam. Capitulação geral. Abrigam-se na corveta portuguesa “Mindelo” comandada por um filho do poeta cego Antônio Feliciano de Castilho. Em Portugal, o Rei D. Carlos fica furioso com a atitude desse oficial de marinha e com a estupidez do seu ministro no Rio, o Conde de Parati. Viu a questão nitidamente. Parecia-lhe absurdo quebrar a neutralidade, tomar partido pelos rebeldes!

Floriano cortou relações diplomáticas com Portugal.

Saldanha da Gama, considerando o erro que cometera ao revoltar-se, partiu para uma espécie de suicídio, no Rio Grande do Sul. Presunçoso, arrogante, mas digno. Nobre caráter. Preferiu morrer a sobreviver ingloriamente derrotado.

Continua

GONDIN DA FONSECA


 

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